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Sem stress

  • Foto do escritor: Contosterona
    Contosterona
  • 17 de jun. de 2020
  • 4 min de leitura

- Precisamos estabelecer regras? – pergunta ela ao abrir a porta do elevador.

Meu olhar suspende rápido, queria entender sobre quais regras ela se referia, mas me vem rapidamente a mente e respondo:

- Confio em você.

Entendo a preocupação dela, não éramos namorados, nos conhecemos há pouco tempo, não sabíamos muito um da vida do outro, morávamos em cidades distintas, nos víamos às vezes, nossa intimidade estava em construção, mas nossa sintonia sempre foi assustadora. E claro, era nossa primeira vez.

O Uber chega e vamos agarradinhos devido ao frio, auxiliando o motorista pelo caminho, o local era em um bairro na saída da cidade. Um bairro com casas bonitas, vários sobrados bem novos, classe média alta.

- É a do portão branco, ela disse – apontando para um sobrado alto com dois carros na garagem.

Antes de tocarmos a campainha uma mulher abre a porta, junto com seu marido que está atrás. Elas se cumprimentam, pois já conversavam, eu me apresento. Subimos pelas escadas, até um terceiro piso, explicado o porquê da altura da construção, uma sala de TV com sofá imenso em L e equipamentos de luz que faz parte do hobby do homem da casa. Me vem à cabeça que o espaço era pensado para a ocasião.

Ele serve vinho e petiscos, conversamos sobre o que ele faz da vida e ela também, se tem filhos... e vamos as curiosidades sobre o estilo de vida deles. Eles respondem as perguntas como se instruíssem calouros, muito didáticos mostram fotos do casal e suas aventuras na TV, pastas e pastas de aventuras, descrevem os lugares, as poses e as pessoas. Detalham regras e curiosidades, explicam sobre os ambientes e lugares específicos para casais como eles.

Meu nervosismo não para de questionar o casal, o assunto é curioso, mas as fotos, vídeos e vinho fazem o clima esquentar. Ele está ao canto comandando o controle, estou sentado no sofá no meio das duas, que se posicionam mais próximas a mim, movendo-se e ajeitando-se no sofá, eu com a taça na mão, ao meio, lembro de fazer uma pergunta sobre mulheres serem mais propensas a transarem entre elas...não termino o raciocínio, surgem sobre mim dois corpos ao encontro um do outro, usando meu colo para se beijarem, respondendo na prática a minha indagação. As duas se beijam tirando peças de roupa, eu me esquivo dando espaço a elas para que iniciem o show pela performance das duas, vou para o canto do sofá, enquanto ele está no outro, continuamos a levar nossas taças a boca e admirar as duas se beijando e abraçando, uma de joelhos sobre a outra.

Nos aproximamos da cena, para ver de perto e participar, com carinhos e carícias em suas peles que se juntam e descolam, os beijos sobram para nós, que também deixamos aos poucos nossas peças pelo chão, as taças ao meio estão sobre a mesa de centro nesse momento. Beijamos as duas e elas voltam a se beijar. Ajudamos elas a tirarem toda a roupa, elas parecem se dar muito bem. Aproveitamos e apreciamos mais um pouco, eu volto-me para a taça de vinho e viro o restante. O ambiente está ambiguamente quente.


Elas se chupam, seus peitos e seus corpos, uma desce para o meio das pernas da outra que se contrai sentada no sofá, com a boca ocupada entre as pernas, de quatro, de joelhos ao chão, o quadril dela me convida para ser penetrada. Eu ainda estou tirando as calças e ela me posiciona com o braço atrás dela, sem tirar a boca do meio de pernas alheias. Elas têm corpos maravilhosos, com curva e cores, uma morena violão a outra clara gostosa, cachos e lisos compridos pretos, longas pernas e peles expostas as nossas mãos, que deslizam pelos corpos que se misturam em um só. Eu penetro admirando seu quadril e vendo a expressão de tesão de quem é chupada, que admira como eu fodo, logo inclinando para chupar o pau dele que estava ao lado.

A sensação estranha de estar com desconhecidos em uma prática tão íntima, compartilhando do sexo e prazer é sobreposta pelo tesão que a situação causa. Logo, essa sensação acostuma-se com a nova experiência. Invertemos posições, experimentamos corpos e peles. Ela e eu trocamos olhares, olhares de prazer, nossa sintonia continua, não com o olhar apenas, mas nossos corpos estão conectados mesmo quando fora do alcance físico, a todo momento sinto ela e ela a mim. Nos encontros acidentais no sofá, nossos rostos se aproximam e aproveitamos para nos beijar, falo no seu ouvido como eu a adoro e sinto tesão em ver ela tendo prazer sob a minha concessão.

As mudanças de posições, corpos e formas são orgânicas, naturais e despretensiosas. Ocorrem fluidamente, aonde o prazer, a curiosidade e o tesão levar. Acontece uma pausa ou outra para hidratação e colocar alguns móveis no lugar, as coisas recomeçam novamente por cima, por baixo, de lado e ao lado. Puxo as duas para mim, penetro um por baixo e sinto a outra por cima, que se beijam sobre meus ombros, é como se minha pele não tivesse por onde correr, um corpo único me preenche por todos os lados. Eu falo o quanto a admiro e acho belo o rosto dela, como ela é bonita e gostosa de comer, que vou querer comê-la mais vezes, ela responde o quanto adorou meu pau e quer ser penetrada mais vezes por mim.

Elas voltam-se a se pegar sem a nossa participação, voltamos a admirar seus corpos, aproveitamos para respirar e beber mais vinho. Eu volto para penetrar um corpo de quatro que me convida, enquanto sentada recebendo sexo oral, elevo meu olhar ao dela, comendo a outra de quatro sobre seu corpo, nos fitamos, gemendo dando prazer um ao outro sem se tocar, tocando corpos que não os nossos e mantendo nossos olhares fixos, a nossa sintonia parece ser tangível, como se conectores por nossos corpos estivessem interligados invisivelmente, eu conseguia sentir seu peito dentro do meu, seu gosto dentro da minha boca e seu desejo na minha pele.

É extraordinário como o sexo faz da gente uma única fonte de prazer e vida, como nos descobrimos e reconhecemos facilmente quando nos dispomos a explorar junto nossos sentidos, nossas fantasias e desejos. Para uma primeira vez, foi uma experiência maravilhosa e emancipadora, rolou harmoniosamente, sem tabus, sem preocupações bobas, rolou sem stress.

 
 
 

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